Depois que escrevi O monge que vendeu sua Ferrari, começaram a chegar cartas e mais cartas de leitores que experimentaram transformações de vida a partir do momento em que aprenderam lições sobre felicidade, realização e paz em tempos tão estressantes.
Muitas das cartas também de pessoas que estavam enfrentando tanta tribulação na vida profissional, que elas passavam a maior parte do tempo livre preocupando-se com o ficara por fazer no escritório. Haviam perdido a capacidade de rir, de amar e de compartilhar alegrias com a família porque estavam sendo consumidas pelo desafios no trabalho.
Muitos de nós estamos passando os melhores anos de nossa vida presos a um constante estado de preocupação.
Preocupamo-nos com o emprego, com as contas a pagar, com o meio ambiente e com os filhos, mesmo sabendo, no fundo de nosso coração, que a maior parte das coisas que nos preocupam, não chegam a acontecer. E como diz a famosa frase de Mark Twain:
Tive muitas preocupações em minha vida, algumas das quais realmente aconteceram.
Meu pai, homem sábio que sempre exerceu grande influência sobre mim, contou-me certa vez que o símbolo sânscrito para pira funerária era o mesmo usado para designar a palavra preocupação.
“Estou surpreso”, eu disse. “Pois não deveria, meu filho”, disse gentilmente. “Uma queima os mortos, a outra queima os vivos.”
Sei, por experiência pessoal, quanto o hábito da preocupação pode reduzir a qualidade de vida.
Próximo de meus trinta anos, eu trilhava o caminho rápido do sucesso; licenciado em direito, havia recebido dois certificados de uma das mais conceituadas faculdades do país, trabalhava como assistente de um juiz da Suprema Corte e estava cuidando de casos extremamente complexos na área de litígio. Mas trabalhava muito e preocupava-me em excesso. Acordava às segundas-feiras com um aperto na boca do estômago e a sensação de estar desperdiçando meus talentos com um trabalho que nada tinha a ver comigo.
Comecei, então, a procurar maneiras de melhorar minha vida, voltando-me, primeiro, para a literatura de autoajuda e de orientação para assumir o controle da própria vida; foi quando encontrei sábias lições para uma existência mais equilibrada e repleta de paz e significado.
A fim de ter o controle sobre minhas preocupações, aprendi uma técnica simples e edificante: agendar períodos específicos do dia para elas.
Chamo a essa estratégia de “intervalo para as preocupações”.
Se estamos com problemas, é fácil passar todas as horas do dia pensando neles. Mas, em vez disso, recomendo que você reserve alguns períodos fixos, trinta minutos toda a tarde, por exemplo, que serão dedicados às suas preocupações.
Durante esse tempo, consuma-se com seus problemas e dificuldades; mas, quando o ‘intervalo‘ terminar, exercite-se para deixá-los para trás e faça alguma coisa mais produtiva, como dar um passeio, ler um bom livro ou ter uma boa conversa com alguém de quem você goste.
Se no restante do dia você for tomado por uma preocupação, escreva-a em um caderno e traga-a para o próximo ‘intervalo’.
Essa técnica simples e poderosa ajudará a reduzir, pouco a pouco, o tempo que você passa preocupando-se e, no final, eliminará o hábito para sempre.
Extraído do livro “Quem vai chorar quando você morrer?” de Robin Sharma