Recentemente, conversando com um Coachee, comentamos sobre um livro que ambos havíamos lido no passado. Me refiro ao livro Cem dias entre Céu e Mar de Amyr Klink.
Entre os vários pontos que me identifiquei com esta leitura, quero destacar um dos principais que pode te ajudar com reflexões importantes para sua jornada.
Obstinado em cruzar o oceano Atlântico num barco a remo, o navegador Amyr Klink inicia um processo investigativo para avaliar as tentativas frustradas de seus predecessores.
Em uma conversa com um velho marinheiro muito experiente homem do mar, faz o alerta que próximo da metade da distância entre os continentes (África – Brasil) há fortes correntezas que formam um grande redemoinho. Muitos barcos pequenos quando passam por ali simplesmente capotam.
Barcos e navios maiores, por sua potência, ou desviam, ou passam por esta área com certas dificuldades, sentindo o poder do oceano. Este local, já foi palco de muitas mortes de navegadores que tentaram, sem qualquer sucesso, cruzar o oceano.
Esse homem experimente, então aconselha Amyr a comprar o melhor barco e equipá-lo com a melhor tecnologia para que possa ter sucesso na travessia, e ele enfatiza: não importa o barco que você irá comprar, quando você chegar lá você vai capotar, afirmou o velho marinheiro.
Diferente de seus predecessores, Amyr não tinha a intenção de comprar um barco potente para vencer essas correntezas, ele estava construindo seu próprio barco. Após várias outras consultas, uma informação era comum. Você vai capotar quando chegar naquele local.
Com isso em mente, Amyr volta para o projeto do barco e implementa uma situação totalmente nova, nunca jamais tentada.
A ideia, pensou ele, não era evitar o capotamento, mas voltar (vivo) para a posição de navegação original.
O que pode parecer absurdo para muitos, o que ele estava criando não era um barco poderoso, mas um barco resistente. Um barco que iria capotar e que retornaria para sua posição de navegação segura novamente.
Ninguém havia tentado nada igual.
Todos se preocupavam em desviar, ou, através da força das máquinas, passar o mais rápido possível.
Mas como isso poderia dar certo, sendo um barco pequeno e a remos?
Sim, deu exatamente certo! Quando chegou no local correspondente do oceano o barco de Amyr capotou várias e várias vezes, mas sempre retomava a posição de navegação.
Esse foi um dos fatos que fez de Amyr Klink o primeiro Brasileiro a cruzar o oceano da África ao Brasil num barco a remo.
Lições que podemos tirar deste episódio
Primeira: Busque conhecer seu trajeto, seu caminho, seu campo de batalha. Saiba quem são aqueles que irão se opor a você.
Segunda: Por mais que outras pessoas estejam usando várias ferramentas para resolver problemas similares ao seu, pense mais um pouco e crie uma alternativa nova.
Terceira: Enfrente o desafio, ele é seu e de mais ninguém! Não importa se muitos, antes de você fracassaram ou não conseguiram alcançar os objetivos. Vá lá e siga seu plano com coragem e determinação.
Quarta: Construa seu próprio barco! Muitas vezes queremos utilizar as ideias ou ferramentas de outras pessoas para resolver os nossos problemas. A possibilidade de êxito neste caso é muito pequena. Após ter o conhecimento do seu cenário, construa sua própria solução. Pense e busque por alternativas, mas jamais sucumbe tentando resolver seus problemas com as soluções dos outros. Invista tempo em pesquisas, conversas com pessoas mais experientes, trocas de informações e não descanse até encontrar os fatores positivos para o sucesso do seu projeto.
Quinta: Não tenha medo de errar! Se lançar num oceano, num pequeno barco a remo, não é para qualquer um. É preciso muita coragem, determinação e preparo para um projeto como este. O medo sempre virá, mas não permita que ele te congele e coloque tudo a perder. Administre o medo e siga com prudência.
Dessa forma, trazendo para uma perspectiva mais pessoal, você também pode construir uma nova versão de você mesmo! Você já pensou nisso?
Estamos passando por um momento ímpar em nossa história mundial. Mas, como você está enfrentando esta situação? Está ‘construindo seu próprio barco’? Ou está utilizando recursos e ideias dos outros?
Várias pessoas, no começo da pandemia, num momento de histeria compraram vários fardos de papel higiênicos, outros, foram às compras nos supermercados e, outros negaram ser uma situação mais grave alegando ser apenas uma gripezinha.
Por outro lado, veja quantas oportunidades surgiram neste tempo de crise global. Vários negócios mais que dobraram seus faturamentos. Outros negócios nasceram em meio à crise e estão com ventos a favor.
Uma grande oportunidade de aprendizado surgiu através dos cursos online. Existentes há muito tempo, mas restrito a pequena parte da população com um pouco mais de conhecimento tecnológico, durante a crise pandêmica tiveram aumentos significativos em números de acessos. Oportunidades surgindo durante o processo de travessia.
Nesta modalidade de aprendizado você pode melhorar consideravelmente seu currículo através de cursos pagos e vários outros gratuitos.
Com certeza, quem conseguiu aproveitar este tempo para se desenvolver mais, à luz do conteúdo deste artigo, ‘construiu seu próprio barco’ e com isso, está construindo uma nova versão de si mesmo! Parabéns! Siga em frente, pois essa travessia ainda não terminou.
Para os demais, cuidado para não sucumbir nos redemoinhos deste mar de incertezas que estamos vivendo, e a questão não é se você vai ou não sucumbir na travessia, pois você irá sucumbir é só uma questão de tempo!
Para que isso não aconteça, ‘construa seu próprio barco’ e supere os desafios com maestria e sabedoria!
