Não muito tempo atrás, a FedEx entregou um pacote em meu escritório. Dentro havia um envelope com um selo dourado e meu nome impresso nele. Abri curioso e encontrei uma carta enviada pelo diretor-presidente de uma grande corporação, ele havia comprado meu livro Leadership Wisdom from the Monk who sold his Ferrari (Sabedoria de Liderança do Monge que vendeu sua Ferrari) no aeroporto, a caminho de uma reunião de negócios na Europa. Dizia ter ficado intrigado pelo título do livro, achando-o divertido.
O executivo encontrava-se sob grande pressão causada pelas exigências no trabalho e esperava aprender como tornar sua liderança mais eficiente, a fim de ter mais tempo na vida profissional como pessoal. Sua carta dizia:
À medida que lia a história do homem cuja vida havia se tornado muito complicada e fora de controle, fui me conectando com uma parte de mim mesmo havia muito esquecida. Comecei a pensar naquelas pessoas, dentro da organização, que precisavam de minha orientação e inspiração; pensei em minha esposa, que nos últimos cinco anos vinha implorando para que eu tirasse férias; e pensei em meus filhos, que tinham visto o papai passar os melhores anos de sua juventude subindo a escada imaginária do sucesso. Considero-me um homem forte, mas, à medida que lia seu livro, comecei a soluçar, discretamente a princípio, mas depois de um modo tão descontrolado que a comissária de bordo correu a me perguntar se eu precisava de ajuda.
E ele continuava:
Aquele momento foi como um despertar em mim, uma experiência que carregarei comigo até o fim de minha vida. Eu sabia que tinha de fazer algumas mudanças no modo como estava vivendo e conduzindo as coisas no trabalho. Então, durante o voo, a mais de dez mil metros de altura, prometi a mim mesmo eliminar tudo o que não fosse importante, concentrando-me apenas no fundamental, nas poucas atividades que realmente podiam fazer uma diferença em minha vida particular e no trabalho. Prometi parar de ler seis jornais diferentes todos os dias, de abrir todos os e-mails que aparecessem em minha caixa de entrada e de aceitar todos os convites para jantar. Mandei gravar uma placa com o título do capítulo em que você fala sobre eficiência pessoal: “Concentre-se naquilo que vale a pena”, ela fica sobre minha mesa, para lembrar-me de que “a pessoa que tenta fazer tudo não realiza nada”. É impossível descrever como minha vida melhorou desde que pus em prática esta filosofia simples. Muito obrigado.
O tempo é nossa mais preciosa commodity, e ainda assim muitos vivem como se tivessem todo tempo do mundo. O segredo para ter de volta o controle de sua vida está em restaurar o foco de seus dias, e o segredo para conseguir fazer todas as coisas está em saber o que pode ser deixado sem fazer. Assim que você começar a gastar seu tempo com atividades prioritárias, que o ajudem a impulsionar sua missão e legado, tudo mudará. Muitos dos maiores pensadores da história chegaram à mesma conclusão.
O sábio Confúcio disse:
“A pessoa que caça dois coelhos não pega nenhum”.
O filósofo romano afirmou:
“Diminua a quantidade de ocupações se quiser ter uma vida sem ansiedades”.
E, o guru em gerenciamento, Peter Drucker, colocou a mesma ideia com outras palavras:
“Não há nada tão inútil quanto fazer com eficiência aquilo que não precisa ser feito”.
Extraído do livro “Quem vai chorar quando você morrer?” de Robin Sharma