Norman Cousins observou certa vez que a tragédia da vida não é a morte, mas o que deixamos morrer dentro de nós enquanto vivemos.
Segundo a mesma linha de pensamento, Ashley Montagu escreveu que a principal derrota pessoal que o ser humano sofre consiste na diferença entre a pessoa que ele pode vir a ser e aquela que realmente se torna.
Existe uma diferença entre simplesmente existir e viver realmente, entre simplesmente sobreviver e viver feliz, saudável e bem-sucedido.
O triste é que muitos perderam de vista os dons que trazem dentro de si e resignaram-se a viver os melhores anos de suas vidas assistindo à televisão em um pequeno cômodo.
Em minhas palestras costumo utilizar a estória a seguir, tirada da antiga mitologia indiana, para lembrar às pessoas que, dentro de cada um de nós, há um enorme potencial e abundância de talento, tudo apenas à espera de ser despertado para vir à luz.
Há milhares de anos, acreditava-se que todos os seres humanos fossem bons. Mas a humanidade abusou de seu poder ilimitado, o supremo deus, então, decidiu esconder a cabeça de ouro, fonte de todo esse potencial, de modo que ninguém pudesse encontrá-la.
A questão era onde esconder uma coisa como aquela. O primeiro conselheiro sugeriu enterrá-la bem fundo na terra, mas o deus supremo replicou: ‘Não, fatalmente alguém vai cavar fundo o suficiente para encontrá-la’.
O segundo conselheiro disse: ‘E se a colocássemos nas profundezes do oceano?’. E o deus supremo respondeu: ‘Não, fatalmente alguém vai mergulhar fundo o suficiente para encontrá-la’.
O terceiro conselheiro falou: ‘Bem, por que não a colocamos no cume da montanha mais alta?’. O deus supremo replicou: ‘Não, estou certo de que alguém vai escalar os picos mais altos e acabará por encontrá-la’.
Depois de refletir por algum tempo, o deus supremo chegou à solução: ‘Vou colocar esta fonte de todo o poder, potencial e propósito dentro do coração de cada homem, mulher ou criança deste planeta, pois eles nunca pensarão em procurar lá’.
Durante meu trabalho com funcionários de organizações de todo o país, vejo sempre a mesma coisa: muitas pessoas gastam muito tempo concentrando-se em suas fraquezas em vez de desenvolver sua força.
Ao se concentrarem naquilo que não tem, negligenciam os talentos que possuem realmente.
Todas as grandes personalidades que viveram antes de nós faziam uso de uma estratégia simples que lhes garantiu sucesso: conheciam-se a si mesmas.
Refletiam sobre seus principais talentos – aquelas qualidades especiais que faziam delas pessoas únicas – e passaram o resto de suas vidas a aprimorá-los e expandi-los.
Todos nós somos dotados de potencial para a genialidade.
Talvez você ainda não tenha descoberto quais são os seus dons para poder elevá-los a um nível que faça com que você seja considerado brilhante.
Você está usando ao máximo o que lhe há de melhor dentro de você?
Se não, está prestando um desserviço não apenas a si mesmo, mas também ao mundo e a todos a sua volta, que poderiam se beneficiar de seus talentos únicos.
Ruskin expressou-se assim:
Até o mais fraco entre nós possui um dom, mesmo que pareça insignificante, o qual lhe é peculiar e que, usado sabiamente, será também um dom para toda a sua raça.
Extraído do livro “Quem vai chorar quando você morrer?” de Robin Sharma