Imagine como será seu funeral

Quando estava fazendo pesquisa para o livro O monge que vendeu sua Ferrari, encontrei a história de um marajá indiano que executava um bizarro ritual matutino: todo dia, logo depois de acordar, celebrava seu próprio funeral, completo, com música e flores. E o tempo todo repetia:

Vivi minha vida plenamente, vivi minha vida plenamente, vivi minha vida plenamente.

Quando li aquilo pela primeira vez, não consegui entender o propósito daquele ritual, pedi, então, a meu pai que me desse uma explicação. Ele respondeu:

Filho, o que o marajá faz todos os dias é conectar-se com sua mortalidade, para que possa viver cada dia como se fosse o último. Seu ritual é muito sábio; serve para lembrá-lo de que o tempo escorre por nossas mãos como grãos de areia e de que o tempo de se viver plenamente não é amanhã, mas hoje.

Tal senso de mortalidade é uma grande fonte de sabedoria.

Quando Platão estava em seu leito de morte, um amigo lhe pediu para assumir o grande trabalho de sua vida, Os diálogos. Depois de muito pensar, ele respondeu com poucas palavras:

Pratique o morrer.

Os antigos pensadores tinham um ditado que reflete o ponto de vista de Platão com outras palavras:

A morte deveria estar bem à frente dos olhos dos jovens, assim como à frente dos olhos dos velhos. Cada dia deveria, portanto, ser regulado como se fosse o último, aquele que arremata e completa nossa vida.

Pensar no próprio funeral ainda em vida servirá para lembrá-lo de que o tempo é uma commodity valiosíssima e que o melhor momento para viver uma vida mais rica, sábia e realizada é agora.         

Extraído do livro “Quem vai chorar quando você morrer?” de Robin Sharma

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